quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Seu celular caiu na água?

Eis uma solução simples: retire a bateria (se possível) e enxugue com papel-toalha. Enterre por 24 horas numa vazilha com arroz cru. Se não funcionar leve para a assistência técnica.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

HORA DE GUARDA DAS CRIANÇAS



HORA DE GUARDA DAS CRIANÇAS
PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO

texto criado por Marisilda Tescaroli em 1986
não utilizado até o ano de 2012

LEITOR 1:
 Queridas crianças, catequistas, irmãos em Cristo aqui presentes. Estamos todos aqui reunidos: amigos, colegas de escola, colegas de catecismo, amigos com quem brincamos, pessoas não conhecemos. Estamos todos aqui perto de JESUS. Ele é o nosso Deus, Ele é o amigo de todas as horas.

Neste momento importante vamos ficar de joelhos e vamos rezar. Repitam o que eu disser.

TODOS:
Estamos aqui nesta manhã reunidos// porque queremos estar perto de Jesus neste dia importante.// Queremos agradecer por mais um dia// por estarmos vivos e com saúde.// Acima de tudo queremos agradecer a você Jesus// que morreu na cruz para nos salvar.// Estaremos nessa próxima hora reunidos como irmãos// para rezarmos, cantarmos e orarmos.// Ilumina nossos corações Jesus e nos ajude a entender o que aconteceu// quando há muitos anos atrás// o pregaram numa cruz.// Amém.

LEITOR 1:
Estamos aqui para fazermos a HORA DE GUARDA DA CATEQUESE DA PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO. Estamos junto de Jesus neste dia em que vivenciamos o que aconteceu com ele há dois anos atrás, quando foi chicoteado, coroado de espinhos e pregado numa cruz.

Cantar é uma forma de coração. Cantemos.

CANTO 1 – folheto anexo.

LEITOR 1:
Vamos falar de Jesus. Quem sabe onde Jesus nasceu? Quem sabe quem eram os seus pais? Jesus foi uma criança como nós, que nasceu, tinha fome, frio, chorava, brincava. Vamos escutar um trecho do Evangelho que fala sobre a vida de Jesus quando ele ainda era criança.

LEITOR 2:
(trecho do Evangelho que narra Jesus no tempo aos doze anos de idade).

Jesus como a gente viu, além de brincar e trabalhar com seu pai José que era carpinteiro, desde pequeno Jesus se preocupava com as coisas de Deus.

No trecho do Evangelho que a gente ouviu agora, José e Maria estavam procurando Jesus e foram encontra-lo na Igreja (Templo), com outras pessoas. Essas pessoas eram doutores da lei, pessoas que estudavam e entendiam das coisas de Deus. Nesse dia elas estavam em volta de Jesus ouvindo o que Ele tinha para falar, da mesma forma como nós fazemos nos encontros de catecismo.

Desde cedo Jesus se preocupava em pregar o amor de Deus para as outras pessoas.

Depois Jesus cresceu, ficou homem grande e continuou pregando o amor entre as pessoas: o amor entre o pai e a mãe, o amor dos pais pelos filhos, o amor do amigo pelo amigo, o amor dos vizinhos, o amor pelas pessoas de quem a gente não gosta. Para Jesus o mais importante era “amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a sei mesmo.” Por acreditar nisso, ele morreu por amor a todos nós, para nos salvar.

Nós já aprendemos no catecismo que Jesus, depois de ter entrado na cidade de Jerusalém e ser recebido com muita festa pelo povo que lhe sacudia ramos, foi preso na noite de Quinta-Feira Santa pelos soldados que o levaram a julgamento como se ele fosse um criminoso e não o nosso Deus feito homem que veio para salvar a todos nós.

Na noite de Quinta-Feira Santa, Jesus sabia tudo o que iria lhe acontecer. Enquanto não chegavam os soldados para prendê-lo, Ele foi com seus discípulos para um lugar chamado Horto das Oliveiras. Esse era um lugar muito bonito, cheio de árvores e lá Jesus se pôs a rezar. Jesus estava muito triste, pois sabia que iria sofrer muito.

Nessa noite os discípulos estavam com muito sono e dormiram. Não ficaram nem sequer uma hora rezando com Jesus. Por isso hoje nós estamos aqui para ficarmos uma hora inteira junto de Jesus, pensando em tudo o que aconteceu naquela Sexta-Feira Santa e também rezando pedindo a Jesus que sempre fique conosco.

Rezemos cantando mais uma música.

CANTO 2 – folheto anexo.

LEITOR 3:
Falar de Jesus é o mesmo que falar de amor. Vamos então pensar juntos: como nós temos nos comportado na catequese? Estamos querendo realmente aprender sobre Jesus e sobre o amor? Estamos respeitando a nossa catequista? Estamos ajudando os nossos amiguinhos a entender aquilo que Jesus quer que nós saibamos ou a gente vai à catequese só para bagunçar?

Vamos ouvir agora duas histórias. Vamos prestar bastante atenção e depois vamos falar sobre elas.

LEITOR 4:
A primeira história é a de ANA, uma garotinha de oito anos que gostava muito de brincar de bonecas. Ela sempre procurava aprender e mantinha seu caderno em ordem, bem arrumadinho e limpinho. Um dia a catequista estava ensinando sobre a Paixão e Morte de Jesus. Ana ficou atenta o tempo todo e perguntava sempre que não entendia alguma coisa. O que ela mais prestou atenção foi quando a catequista disse que Jesus tinha morrido para nos salvar e com isso também, mostrar que devemos amar todas as pessoas, não só os amigos, mas também aqueles que muitas vezes querem o nosso mal.

Ela foi para casa e fez, assim que chegou, a lição de casa que era desenhar Jesus na cruz. Ela caprichou no desenho e depois foi ajudar a mãe a lavrar os pratos. Ela não gostava de lavrar pratos, mas fez aquilo como um ato de amor, de alguém que ama a sua mãe e sabe que com isso ela ficaria feliz.

LEITOR 3:
Gostaram da história da ANA? Muita gente aqui é como ela, não é? Vamor ouvir agora uma outra história e ver se a pessoa também ama as outras pessoas.

LEITOR 5:
PEDRINHO era um menino levado que gostava muito de brincar e adorava fazer das suas peraltices. Todo mundo gostava do Pedrinho, pois suas brincadeiras nunca prejudicavam ninguém, só divertiam. Ele tinha uma amiga mui5o quietinha, estudiosa, mas que não gostava muito de brincar e nem de repartir suas coisas com as outras pessoas. Ela se chamava ÂNGELA. Era bonita, inteligente, mas só pensava nela mesma. O melhor pedaço do bolo tinha que ser sempre dela.

Um dia o Pedrinho estava andando de bicicleta, caiu e começou a chorar, pois estava doendo muita a sua perna. Ângela estava com sua boneca não muito longe dali e viu o Pedrinho ao lado da bicicleta caída no chão. Ângela ficou curiosa e foi ver o que acontecia. Chegando disse ao Pedrinho:
- Bem feito! Quem mandou você ficar o tempo todo brincado e correndo com a bicicleta.
O Pedrinho disse:
- Você poderia me ajudar? Está doendo a minha perna e acho que não consigo ficar de pé. Por favor, chame a minha mãe.
Ângela responde:
- Que nada! Você tem mais é que sentir muita dor e fiar um bom tempo aí no chão pra aprender a ser mais comportado.

LEITOR 3:
Duas histórias de pessoas muito diferentes, dois exemplos: uma que ama e a outra que não ama o seu próximo. Quem é o nosso próximo? Quem era a pessoa próxima da menina ANA? E da menina ÂNGELA?

O próximo é aquela pessoa que está perto de nós. É sempre mais difícil a gente amar quem está próximo da gente. Também é difícil amar as pessoas que não são boas, que não são simpáticas, que não nos tratam bem. Mas é isso que Jesus faz e é isso que ele quer que nós façamos: que amemos as pessoas, todas elas. Mesmo aquelas que nos fazem mal.

Para amar a todos que estão próximos de nós contamos com a ajuda de Jesus. Ele mais do que ninguém pode nos falar do amor, pois ele morreu na cruz por todas as pessoas. Morreu pelas que o amam, pelas pessoas que seguem seus ensinamentos, pelas pessoas que nunca ouviram falar de Jesus e também pelas pessoas que o pregaram na cruz.

Neste momento vamos nos ajoelhar e rezar. Repitam comigo.

TODOS:
Jesus,// você ensinou que o maior mandamento// é amar a Deus sore todas as coisas// e amar o próximo como a nós mesmos.// E você deu o exemplo// morrendo por todos nós na cruz.// Nós queremos pedir a você// que nos ajude/ a sempre lembrarmos disso// e amarmos os nossos irmãos,// nossos pais,// nossos professores,// nossos vizinhos,// a moça que vende pão na padaria,// o varredor de rua, // o mendigo que bate na porta de casa.// Ajude a todos nós a repartirmos o que é nosso com os outros:// nossa comida,// nossos doces,// nossa amizade,// nossas alegrias,// nossas tristezas,// nossas esperanças,// nossa vida, enfim.// E que a gente reparta sempre com alegria.// Nós confiamos no seu amor// e na sua amizade.// Ajuda-nos Jesus.// Amém.//

LEITOR 1:
Vamos cantar uma música que fala sobre isso que nós rezamos.

CANTO 3 – folheto anexo.

LEITOR 1:
Agora a gente vai ouvir um trecho do Evangelho de Jesus. Ele gostava muito de contar histórias para as pessoas. E através dessas historias ele transmitia a sua mensagem.

LEITOR 6:
(Trecho do Evangelho que fala do Bom Samaritano).

LEITOR 1:
Vamos lembrar do que nós ouvimos.
- Quem viu o rapaz caído, machucado, primeiro?
- O que fez o sacerdote?
- O segundo que passou quem era?
- O que ele fez?
- E o terceiro quem era?
- Oque ele fez?

Não sei se vocês sabem, mas os samaritanos eram inimigos dos judeus, ele não conversavam, não queriam nem saber um do outro. E justo samaritano é quem socorreu o rapaz, cuidou de suas feridas e pagou para o homem da estalagem cuidasse do rapaz que deveria ficar na cama vários dias.

QUEM FOI O PRÓXIMO DO RAPAZ JUDEU MACHUCADO?
QUEM FOI AQUELE QUE AGIU COM AMOR AO SEU PRÓXIMO?

Foi o que socorreu o rapaz, o seu próximo. É isso que Jesus quer que a gente entenda: que devemos amar e ajudar as pessoas sem perguntar quem elas são, onde elas moram, onde nasceram, o que elas pensam e o que fazem.

E nós não precisamos fazer coisas grandes. Na maioria das vezes basta um sorriso, um olhar, uma palavra amiga. Quem não gosta de ganhar bala? Quem não gosta de assistir desenho na TV? Quem não gosta de tomar sorvete? São coisas pequenas que a gente ganha e que nos tornam felizes. Assim é com os outros. Eles também vão ficar felizes com pequenos gestos que gente fizer. Um olá que a gente fala para um coleguinha que mudou há pouco tempo para nossa cidade; convidar alguém para jogar bola; visitar um amiguinho doente; não tirar sarro dos que são diferentes; não brigar com quem nos provoca. São coisas simples que a gente pode fazer.

Pensando no que ouvimos, vamos cantar mais uma música:

CANTO 4 – folheto anexo.

LEITOR 1:
Vamos todos agora ficar em silêncio. Vamos aproveitar este momento para falarmos com Jesus que está aqui na nossa presença. Falemos com ele através de nosso pensamento e nosso coração. Ele está aqui pertinho de nós, ele ama cada u de nós e quer que todos nós sejamos felizes. Falemos com ele só em pensamento de modo que só você e ele saibam o que está sendo dito. Peçamos a ele que nos ajude a amar o nosso próximo e a nós mesmos.

(silêncio)

LEITOR 1:
Antes de irmos embora vamos rezar:

C1: Por todas as vezes que não amamos Jesus nas outras pessoas, nós pedimos que Ele nos perdoe, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C2: Por todos nós, para que sempre estejamos atentos para o que precisam os nossos irmãos necessitados, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C3: Por todas as crianças que passam fome, para que Jesus ajude os homens adultos e também as outras crianças, a repartir com elas o que possuem, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C4: Para que todos nós consigamos nos sentirmos felizes com a felicidade dos outros, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C5: Pelas pessoas que não tem onde morar nem onde plantar comida para seu sustento, que elas encontrem pessoas caridosas e compreensivas, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C6: Pelos nossos pais e catequistas, para que eles nos ajudem a entender os ensinamentos de Jesus, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C7: Para que haja mais paz e compreensão entre as pessoas, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

C8: Para que todos sejamos um em Jesus, rezemos ao Senhor.
TODOS: Senhor, escutai a nossa prece.

LEITOR 1:
A nossa Hora de Guarda está terminando. Ficamos esse tempo todo na presença de Jesus. Ficamos junto dele e de muitas outras pessoas que também vieram aqui pelo mesmo motivo. É mais uma prova de que o amor atrai as pessoas, o amor une, e as pessoas unidas são fortes, alegres e estão sempre dispostas a se ajudarem.

Hoje nós relembramos aquilo que nós aprendemos na catequese: que os cristãos devem amar muito e para isso contam com a ajuda de Jesus em todos os instantes. Jesus é Deus de amor, de bondade, aquele que veio para nos mostrar o caminho certo que a gente deve seguir para ser feliz.

E como todo cristão é uma pessoa feliz, vamos cantar um último canto antes de irmos embora.

CANTO 5 – folheto anexo.

LEITOR 1:
Para irmos embora vamos antes rezar de mãos dadas a oração que o próprio Jesus nos ensinou.

LEITOR 1:
Terminou nosso encontro de hoje aqui. Mas antes de nós irmos embora, não podemos nos esquecer de uma coisa muito importante que nós também aprendemos no catecismo: Jesus morreu, mas Ele ressuscitou e está vivo no meio de nós Somente um Deus pode morrer e depois ressuscitar e é por isso que nós acreditamos em Jesus e em tudo o que ele nos falou.

Vamos agora todos em paz e que Jesus esteja com todos nós. Amém.


terça-feira, 4 de setembro de 2012

HISTÓRIA DA FAMÍLIA TESCAROLI



HISTÓRIA DA FAMÍLIA TESCAROLI
CONTADA POR UM DE SEUS MEMBROS

 por JOÃO IGINO TESCAROLI

 Vigazio, Província de Verona.

A Família Tescaroli composta de quatro irmãos, por ordem: Giovanni, Giuseppe, Caetano e Amélia.

Giovanni foi seguir a vida militar como carabineiro.

Amélia casou-se e foi morar com seu marido.

Caetano era solteiro.

Giuseppe e Ana Merlini (meus avós) tinham seis filhos, por ordem: Vitorino, Ítalo, Amélia, Maximiliano, Luigi e Giovanni (meu pai).

Meu avô Giuseppe era administrador de uma fazenda que seu pai e seu avô administravam há mais de 60 anos. Os patrões também possuíam a fazenda havia muitas gerações, passando de avô, pai e netos.

Ele era um boêmio, das noitadas de vinho e baralho.

Em 1897 a fazenda foi vendida e o novo dono quis obrigar meu avô, além de administrar, a também trabalhar no campo com os outros trabalhadores. Ele reagiu e disse que se tivesse que trabalhar no campo então iria trabalhar na América.

Naquele tempo o Governo do Brasil fez tanta propaganda em toda a Europa dizendo que o Brasil era uma terra venturosa para o enriquecimento, que até a madeira era doce (a cana de açúcar).

Assim a família decidiu emigrar para a América.

Num acordo ficou combinado que o menino Maximiliano ficaria na Itália com os padrinhos.

No dia do embarque no trem, compareceu muita gente para a despedida.

O filho mais velho, o Vitorino, com 14 anos de idade maliciosamente deixou para se despedir do irmão Maximiliano quando o trem estivesse partindo. Ao dar-lhe a mão, deu um forte puxão e o menino caiu para dentro do trem já em momento. E assim o menino veio com a Família Tescaroli para o Brasil.

No todo vieram Giuseppe, sua esposa Ana, e todos os seus filhos: Vitorino, Ítalo, Amélia, Maximiliano, Luigi e Giovanni. Veio também seu irmão solteiro, Caetano.

O trem seguiu com destino ao Porto de Nápoles onde as pessoas embarcariam no navio.

25 dias após chegaram ao porto de Santos.

Os fazendeiros da região já estavam esperando os italianos no desembarque para recolher as famílias que iam trabalhar em sua fazendas em substituição aos escravos.

A família do meu avô Giuseppe e mais seu irmão Caetano foram levados para uma fazenda no Bairro do Taquaçu, no Município de Amparo. Lá permaneceram por dois anos e depois se mudaram para a Fazenda do Santo Grande a cinco quilômetros de Amparo.

Nessa Fazenda os membros da família se separaram. O Caetano, irmão do meu avô, foi trabalhar em um banco em Potirendaba.

Tempos depois o Vitoriano também foi morar com o tio Caetano em Potirendaba.

A Amélia se casou com o Antonio Burilli e foi morar em Jundiaí.

O resto da família ficou mais uns tempos e depois mudou-se para a Fazenda do Padre Ângelo, no Município de Serra Negra.

Lá morava a família de Antonio Nalom e Maria Binatti.

O casal tinha vários filhos, entre eles uma moça de 19 anos de idade, bonita e simpática, de nome Luiza.

Meu pai, João e a Luiza se conheceram e se apaixonaram um pelo outro.

No dia 20 de maio de 1920 se casaram na Igreja Matriz de Serra Negra.

Tempos antes o meu tio Ítalo também se casou com a Arvelina e foram morar em Lindóia, onde ele montou uma pequena oficina de consertos.

Também o Maximiliano casou com a Júlia Guizzo.

Após alguns anos a família mudou-se para a Fazenda do Mariano, a três quilômetros da cidade de Serra Negra, onde hoje está localizado o Vale do Sol.

Ali nasceram na família do Maximiliano e Júlia, a Maria e o Emílio. Na família do meu pai e minha mãe nasceram o Humberto em 19 de março de 1921 e eu, João Igino, em 11 de setembro de 1922.

No ano de 1923 meus avós e família compraram um sítio no Bairro dos Liaes a oito quilômetros da cidade, com dez alqueires de terra.

Ali nasceram o Cândido, filho do Maximiliano e da Júlia. Também nasceram meus irmãos Armando, Ana Maria, Rosa Helena e Antonio Carlos.

Nesse tempo a Família Tescaroli era composta de 20 membros entre avôs, tios, netos e bisnetos.

Já corria o ano de 1929, quando houve uma desavença séria da família do vizinho Santo Baron com o meu pai por causa de um córrego de água.  Para evitar maiores conseqüências, meu pai e sua família mudou-se para Monte Sião onde moravam os pais e irmãos da minha mãe Luiza.

Meu pai montou um salão de barbeiro no Largo da Matriz de Monte Sião e trabalhava nos fins de semana. Nos outros dias andava como mascate pelas fazendas vendendo meias, gravatas, sabonetes e outras miudezas. Tudo era feito a pé, com grande sacrifício.

Nessa época nós já éramos em seis irmãos: eu, o Humberto, o Armando, a Ana Maria, a Rosa Helena e o Antonio Carlos.

Meus avós paternos faleceram na década de 30.

Nessa época, lá em Monte Sião, as professoras iam de casa em casa para cadastrar as crianças para a escola.
Minha mãe era analfabeta, mandava nós nos escondermos da professora cadastrante. Mas meu pai queria nós estudássemos e nos colocou em contato com a professora.

Freqüentamos a escola por um ano. Eu, o Humberto e o Armando.

Nossa professora se chamava Inês Penaque. Nossa classe era para o 1o, 2o, 3o e 4o ano. Em 1932 a escola teve suas atividades suspensas por causa da Revolução de 32. As forças do Governo se aquartelaram perto da nossa casa.

Meu pai era barbeiro e cortava os cabelos dos soldados e com isso fez amizade com os combatentes. Eles nos concediam marmita diária. Eu era o encarregado de ir ao quartel buscá-las. Quando havia possibilidade de confronto com as tropas, os combatentes nos avisavam e nós íamos dormir no pé da montanha que tinha algumas cavernas de pedras. Meu pai ficava em casa como guarda.

Depois eu e meu irmão Humberto fomos trabalhar temporariamente com meus avós maternos. Eu fui cuidar das cabras e o meu irmão foi trabalhar em outros serviços.

Em 1932 ocorreu a morte da Rosa Helena com cinco anos de idade, por tétano. Com a tristeza da morte da menina e mais a pobreza que nos avassalava, meus pais resolveram se mudar para a Fazenda do Zé de Freitas para apanhar café.

Finda a coleta do café, mudaram para outra Fazenda vizinha. Ali nasceu a Terezinha Aparecida em agosto de 1934. Meu pai tinha um revólver e barganhou por um cavalo para poder ir à cidade de  Socorro, distante dez quilômetros, buscar alimento no armazém dos patrões.

Após um ano mudamos para a Fazenda do Juca Pereira, não muito longe daí. Lá meu pai pegou serviço de colheita de café como arrendatário, na base de 50% com o proprietário.

Mas a sorte nos foi madrasta. O patrão nos dava 40 mil réis por mês até a colheita para o nosso sustento. As doenças infecciosas nos atingiram: eu tive paratifo, meu irmão pegou varicela. Meu pai teve as costelas trincadas por um acidente e não podia fazer força. Todo o café foi se perdendo no mato. O patrão cortou a verba e nos largou à própria sorte.

Passamos fome, frio e dor, além de muita tristeza.

Nossa sobrevivência se deve ao fato que minha mãe tinha umas trinta galinhas que se alimentavam no pasto com os animais e vinham botar ovos no galinheiro de casa. Meu pai ia trocar os ovos por feijão, fubá e sal e nada mais. Esses foram nossos alimentos diariamente por meses.

No ano de 1935, através de um parente, mudamos na Fazenda do Padre Ângelo, de propriedade de Ouvido Truzzi, no Município de Serra Negra, como meeiros de café, e nos franqueou o armazém para nosso sustento. Ali a nossa sorte melhorou um pouco.

Isso foi nos anos de 1936 e 1937.

Em setembro de 1937 nos mudamos para Amparo, na Av. Saudade. Lá nasceu uma menina de nome Santina Aparecida de Jesus que veio a falecer um ano depois.

Daí mudamos para a Av. Bernardino de Campos, nº 579, onde nasceu Maria José Helena, hoje casada com o José Carlos Mozzer.

Depois mudamos para a Vila Antonelli ali perto até que compramos a casa da Rua Rio Branco, nº 60.

Nessa casa faleceu meu pai em 4 de dezembro de 1965 e minha mãe Luiza em 23 de junho de 1985.

Esta é a história da Família Tescaroli até a morte do meu pai e a morte de minha mãe Luiza.
 
JOÃO IGINO TESCAROLI
20 de julho de 2002

FINADOS – CELEBRAÇÃO DA ESPERANÇA


PREPARADO PELA COMUNIDADE DE VALINHOS - ESTADO DE SÃO PAULO.


No dia de finados no cemitério, voluntários de várias paróquias atendiam quem os chamavam para rezar. Tinham um colete vermelho com escrito em branco: Igreja Católica Apostólica Romana – voluntário. Faziam turno de duas hora, sempre em duas pessoas.


FINADOS – CELEBRAÇÃO DA ESPERANÇA


Dir.: Irmãos e irmãs, aqui nos reunimos na fé, na esperança e no amor para rememorar a morte e ressurreição do Senhor. Queremos oferecer a Deus nossas preces pelo nosso irmão (pela nossa irmã) __________________ (podemos oferecer nossas preces também para outros falecidos _____________________________________________________). Não estamos aqui para celebrar a morte, e sim a vida; não queremos reviver a tristeza da separação, e sim proclamar a alegria da ressurreição e do encontro definitivo com Deus.

Canto (opcional):
            Eu confio em Nosso Senhor
            Com fé, esperança e amor (bis)

            Amo a Deus sobre todas as coisas
            E lhe dou este meu coração:
            Amo ao próximo como a mim mesmo,
            Pois o próximo é meu irmão.

1. ACOLHIDA
Dir.: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.

Dir: A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

2. SALMO 129
Dir: Das profundezas, Senhor, a vós eu clamo, Senhor escutai o meu apelo; vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor de minha súplica.
Todos: Se levardes em conta, Senhor, as nossas faltas, Senhor, quem poderá subsistir? mas em vós encontra-se o perdão, em vós temo e espero.

Dir: Minha alma espera no Senhor, em sua palavra tenho confiança; minha alma espera no Senhor, mais confiante do que o vigia esperando pela aurora.
Todos: Que o vigia espere pela aurora e Israel pelo Senhor! Porque no Senhor encontra-se a graça copiosa redenção, é ele quem redimirá Israel de todas as suas faltas.

3. ORAÇÃO
Dir: Pai de misericórdia e Deus de toda Consolação, vós nos acompanhais com amor eterno, transformando as sombras da morte em aurora de vida. Olhai agora compassivo as lágrimas dos vossos filhos. Dai-nos Senhor, vossa força e proteção para que a noite da tristeza se ilumina com a luz da vossa paz. O vosso Filho e Senhor nosso, morrendo, destruiu nossa morte e ressurgiu deu-nos novamente a vida. Dai-nos graça de ir ao seu encontro para que, após a caminhada desta vida, estejamos um dia reunidos com nossos irmãos onde todas as lágrimas serão enxugadas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém.

4. EVANGELHO (João, 6, 37-40)
Canto (opcional):
            A vossa Palavra, Senhor, é sinal de interesse por nós!
            É feliz quem escuta a Palavra e a guarda no seu coração.

Dir: O Senhor esteja convosco!
Todos: Ele está no meio de nós!

Dir: Proclamação do Evangelho de + Jesus Cristo segundo João.
Todos: Glória a vós Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus às multidões: “Todos os que o Pai me confia virão a mim, e, quando vierem, não os afastarei. Pois eu desci do céu para não fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia.” Palavra da Salvação.
Todos: Glória a vós Senhor!

5. ORAÇÃO DOS FIÉIS
Dir: Peçamos a Deus pelo nosso irmão falecido (pela nossa irmã) __________________ (e para outros falecidos ___________________________________________________),
e também para todos nós, para que possamos merecer a ressurreição e a vida eterna!

1.    Por nosso irmão falecido (pela nossa irmã) __________________ (e para outros falecidos ___________________________________________________), para que encontre a felicidade completa em nossa casa, nós vos pedimos, Senhor:
Todos: Senhor atendei a nossa prece!

2.    Para que este nosso irmão falecido (pela nossa irmã) __________________ (e para outros falecidos _______________________________________________), como esperou em Cristo aqui na terra, possa também ressuscitar com Ele, nós vos pedimos, Senhor:

3.    Pelos familiares, amigos e conhecidos de nosso irmão falecido (de nossa irmã) ____________________ (e para familiares, amigos e conhecidos de outros falecidos _____________________________________), para que experimentem vosso amor de Pai e nele encontrem o conforto em seu sofrimento e a esperança que anima a caminhada, nós vos pedimos, Senhor:

4.    Por todos nós aqui reunidos na fé e na esperança, para que, na hora da morte,nos entreguemos confiantes à vossa misericórdia, apesar de nossos pecados, nós vos pedimos, Senhor:

(Pode haver outros pedidos dos participantes)

Dir: Nossa oração, Senhor, seja socorro para o nosso irmão falecido (pela nossa irmã) __________________ (e para outros falecidos _________________________________) e para todos os fiéis falecidos. Isso vos pedimos por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

5.    PAI NOSSO, AVE MARIA E GLÓRIA

6. RESPONSÓRIO
Dir:  Santos de Deus, vinde em seu auxílio; Anjos do Senhor, correi ao seu encontro!
Todos: Acolhei a sua alma, levando-a à presença do Altíssimo.

Dir: Cristo te chamou. Ele te receba e os anjos te acompanhem ao seio de Abrão.
Todos: Acolhei a sua alma, levando-a à presença do Altíssimo.

Dir: Dai-lhe Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a vossa luz.
Todos: Acolhei a sua alma, levando-a à presença do Altíssimo.

8. BÊNÇÃO
Dir:Ó Deus, pela morte de vosso Filho Jesus Cristo destruístes na cruz a nossa morte, e pelo seu sepultamento e ressurreição santificastes os túmulos. Assim restaurastes para nós a vida e a imortalidade. Acolhei as nossas preces pelos irmãos que, mortos e sepultados com Cristo, esperam a feliz ressurreição.
      Ó Deus dos vivos e dos mortos, aqueles que vos serviram na terra com fidelidade vos louvem nos céus e com alegria.
       Por nosso Senhor Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém.

Dir: O Senhor vos abençoe e vos guarde em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.

(bênção do túmulo com água benta)

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
Arquidiocese de Campinas