sexta-feira, 31 de agosto de 2012

João Igino Tescaroli - 89 anos



João Igino Tescaroli - 89 anos

“Uma das coisas mais importantes que os pais podem ensinar a suas crianças é como ir em frente sem eles.” Frank Clark

João Igino Tescaroli completa 89 anos no dia 11 de setembro. Firme e forte, continua com saúde e disposição, graças a Deus, sempre visitando os amigos e parentes, levando sua alegria, sua disposição e sua espiritualidade pelos lugares por onde passa.

Tescaroli não foi político, mas deixou uma grande quantidade de obras na cidade. É um legado silencioso, que vai ficar para a posteridade, mesmo que poucos tenham dele conhecimento.

Falamos das inúmeras casas que construiu, de outras tantas que reformou e de outros serviços que realizou. Sua memória continua excelente. Ele se lembra de quase todas as casas que construiu em diversos bairros da cidade.

Suas obras não tem placa de identificação, mas tem seu suor misturado ao cimento, sua dedicação misturada na areia, seu esforço mesclado com cada tijolo, com cada pedra assentada.

Nesta data muito feliz para ele, sua família e seus amigos, queremos lembrar de sua obra mais vistosa: a fundação do RIO BRANCO ESPORTE CLUBE, um espaço de lazer democrático para aqueles que dele querem fazer uso.

Tescaroli foi um dos fundadores do clube em 1952 junto com outros amigos, dentre eles Alcyr de Mattos, Adib Feres Saad, Benedito Moreira, Gabriel Paron e Darcílio Rapanelli, que queriam construir um campo de futebol.  Muitos outros se juntaram ao grupo inicial e compraram três alqueires de terra que pertenciam à família Scabora e permutaram com o Nei Corsi (na época ele tinha adquirido a fazenda do Sr. Arlindo Jacques Borges e a transformou em loteamento). A primeira diretoria eleita teve Tescaroli como seu presidente e os seus amigos acima nomeados como diretores.

Com capricho Tescaroli tem a relação de todos os membros da Diretoria Executiva do RIO BRANCO desde 1952 e diz com orgulho que por 30 anos acompanhou de perto todos os acontecimentos que diziam respeito ao clube de seu coração.

Também foi Tescaroli quem promoveu em 1981 e 1982 a grande reforma que dotou o clube de arquibancadas, local para a imprensa narrar os jogos e também outras dependências como é o caso da área para jogo de bocha. Hoje o clube tem como patrimônio 11 mil metros quadrados, abrigando campo de futebol e outras dependências, já comemorou 50 anos em 16 de março de 2012 e certamente haverá grande festa em 2012 quando completará 60 anos de intensa atividade.

Este tributo que lhe fazemos é também um meio de se manter viva a memória dos fatos e acontecimentos de nossa Amparo.

Feliz aniversário pai. Parabéns por suas mais de cem casas construídas e parabéns pela obra que realizou no RIO BRANCO ESPORTE CLUBE. Sua obra silenciosa vai ficar indelevelmente marcada na história da cidade e no coração dos muitos que o amam e respeitam.                                                                          

MARISILDA e HELENIR

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

AQUARELA - para Ray com amor fraterno



singela homenagem a meu grande amigo Adilson Raimundo Zanarella Ferreira.
Aquarela

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
a imaginação traz para perto de nós tudo que quisermos, tudo que sonharmos, podemos trazer o sol distante que aquece e ilumina nossa vida, ou então podemos construir um castelo e nele morarmos nos sentido príncipes ou princesas.

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
e se as coisas não forem do jeito que a gente quer, e o sol for embora e começar a chover, é de se dar uma saudação: benvinda chuva, e simplesmente fazer um lindo guarda-chuva para curtir melhor a chuva que cai e que refresca tudo e faz nascer as flores e brotar a vida.

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
normalmente se estamos fazendo um desenho e um pinguinho de tinta cai no papel, por menor que seja, podemos optar por ficar bravos e reclamarmos que estragamos o desenho, ou podemos, ao invés disso, aproveitar aquele pinguinho de tinta e dele fazer uma linda gaivota que voa no céu azul e infinito levando-nos para terras distantes.

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
voamos com a gaivota por mundos desconhecidos que só conhecemos por fotos e imagens, sempre margeando a terra, mas desta vez vamos viajar com nossa imaginação, livres inclusive para o alto mar, sentindo o silêncio e o vento batendo suavemente em nosso rosto. Aí bate uma canseira gostosa de quem viu muita coisa bonita e em minha imaginação pinto um barco a vela e vou indo navegando ao sabor do vento, sentindo-me envolvida pela beleza e pela magia do momento.

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
deslizando em meu barco presto atenção nas nuvens e fico procurando nelas imagens conhecidas, igualzinho eu fazia quando era criança. Vejo animais, vejo uma árvore igual a do Pequeno Príncipe e vejo um avião com luzes a piscar. Resolvo embarcar nesse avião e continuo livre agora mais perto do céu azul.

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
a viagem da nossa vida caminha por entre nuvens, tempestades, barcos, naufrágios, céu azul que pode ficar cinza conforme o dia. Sempre podemos voltar para a terra firme, para nossa família, nossos amigos, e assim continuar desfrutando da vida e da liberdade de apreciar a natureza e ser feliz.

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
curtir os amigos, enfim estar de bem com a vida, mas chega a hora partir, deixar saudades. Talvez por pouco tempo, talvez por um tempo que parece uma eternidade. Enquanto o navio não parte, ficamos vendo os que partem e deixam saudades, e vamos vivendo, desfrutando de coisas simples deste mundo e que são tão valiosas.

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
o mundo é pequeno, num segundo nosso pensamento vai de um extremo a outro em busca de terras para desbravar. A liberdade implica em se deixar levar, não querer assumir o controle de todos os comandos, mas permitir que a terra continue a girar, o sol a brilhar e o ciclo dos dias aconteça. E manter a fé de que a terra vai continuar a girar amanhã, o sol voltará a nascer e teremos mais um dia nesse planeta para sermos felizes.

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
os obstáculos estão aí todo dia para nos desafiar, é preciso vencê-los para chegar o futuro, quem fica na frente dos muros da vida não chegará nunca aonde quer chegar. Dá medo pular o muro, pois não sabemos o que tem depois dele. Aí entra a nossa fé de que tudo vai ser bom, e se não for daremos um jeito de transformar as coisas ruins em boas lições para nossa vida.

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
o futuro é desconhecido, ninguém sabe a hora que vai partir nem como isso se dará, hoje estamos aqui amanhã não mais, e isso também acontece com os que estão a nossa volta. Aceitar a partida é um dos meios para ajudarmos na nossa própria santificação.

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
Viver é um ato de fé, não sabemos quando chegará a hora de partir, quando chegará o momento em que não mais veremos as cores deste mundo para seguirmos direto para os braços do Criador.

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)
tudo que vivemos hoje um dia passará. Quando? Não sabemos e não nos cabe saber. Só podemos manter nossa fé firme, nossa vida e nosso coração abertos para louvar e cuidar da criação de Deus. E quando chegar a hora embarcar numa linda astronave que nos levará ao Pai, iremos felizes e confiantes pelo caminho até com os confins do universo que o homem tanto anseia conhecer, mas que ainda é muito distante.

MARISILDA TESCAROLI
28 de agosto de 2012.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

João Igino Tescaroli - 88 anos


João Igino Tescaroli


O herói é aquele personagem que possui características e valores tidos como um modelo a ser seguido: são honestos, altruístas, generosos, etc. (definição de João F. B. Jatobá - http://www.oficioliterario.com.br).

Hoje vamos falar de um herói por isso começamos com a frase acima.

Nosso herói se chama João Igino Tescaroli, nascido a 11 de setembro de 1922 na Fazenda do Mariano (atual VALE DO SOL) e hoje completa hoje 88 anos.

Nosso pai nasceu em família pobre e numerosa (sua mãe teve 9 filhos).

Em 1937 mudou-se para Amparo.

Trabalhava como pedreiro de sol a sol (era comum trabalhar mais de 12 horas por dia) e por isso não tinha tempo para estudar. E nem dinheiro. Aprendeu a ler sozinho num salão do barbeiro do Ribeirão. Tinha tanto amor pelo time do Palmeiras Futebol Clube (antigo Palestra Itália), que isso o motivou a aprender a juntar as letras e poder ler as manchetes dos jornais.

Ele que trabalhou muito pela sua família, pelo Rio Branco Futebol Clube, e construiu muitas casas em Amparo. Suas obras nesta vida não ficaram só nos bens materiais. Também ajudou muitas pessoas ao longo de sua vida, pessoas que com ele aprenderam valores essenciais para uma pessoa de caráter e bom cristão.

Temos a honra de tê-lo como pai.

Nunca ouvimos de sua boca um palavrão. Também não o vimos brigar, gritar ou ser grosseiro com alguém.

Durante toda vida nos ensinou que não se deve fazer mal de ninguém (exceto no caso de alguns políticos). Se quiser contrariá-lo falem mal de alguém perto dele. Ele vai lhe fazer um sermão dizendo que não se fala daquilo que não se tem certeza, e mesmo que tenha certeza, não se deve falar coisas ruins dos outros.

Há algum tempo quisemos incentivá-lo a escrever a história de sua vida, para registrar fatos interessantes e também para que ele tivesse algo agradável para fazer. Ele pensou alguns dias e veio com a seguinte resposta: não queria escrever um livro sobre sua vida, pois ele teria que falar coisas ruins de algumas pessoas e isso ele não iria fazer. Nessa hora ele nos deu mais uma de suas lições inesquecíveis.

Ele também detesta fofoca. Não admite nem mesmo que você fale de artistas, de pessoas conhecidas e que seja verdade.

Nosso pai também é alegre, conversador e adora viajar. Sempre gostou de contar piadas e histórias em geral. Também gosta de escrever artigos e poesias.

Acima de tudo nosso pai nos deu uma grande lição: o amor existe e ele é infinito. Nosso pai acompanhou nossa mãe até o seu último minuto de vida. Quando ela ainda estava bem de saúde era comum ver os dois assistindo televisão de mãos dadas e com ele recostando sua cabeça no peito dela. Ele a amou muito e ainda ama, disso não temos dúvida.

O amor pelos amigos, a generosidade, o companheirismo, a honestidade... tudo isso aprendemos com ele. Poderíamos usar o jornal inteiro para descrever os méritos de nosso pai. Vamos parar pó aqui.

Feliz aniversário João Igino Tescaroli. Desejamos que você faça muitos mais e que continue alegre, amigo da vida e cheio ideais.

suas filhas Marisilda e Helenir
02/09/2010

O TRABALHO, DESAFIO PARA A FAMÍLIA


10 de agosto de 2012

O TRABALHO, DESAFIO PARA A FAMÍLIA

Confesso a vocês que fiquei um pouco preocupada em falar sobre o tema que achei um tanto árduo, pesado, ainda mais numa sexta-feira de noite. Li o texto do Gênesis e meu receio foi aumentando, pois o texto diz:

Leitura da Palavra de Deus
8Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou aí o homem que Ele tinha criado. 9O Senhor Deus fez brotar da terra toda a espécie de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; a árvore da vida no meio do
jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. 10Um rio saía do Éden para regar o jardim, e dividia-se em seguida em quatro córregos. 15O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden, para o cultivar e para o guardar (Gn 2, 8-10.15).

17E disse, em seguida, ao homem: «Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa! Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento, durante todos os dias de tua vida. 18Ela produzir-te-á espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. 19Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tirado; porque és pó, e pó te hás-de tornar!» (Gn 3, 17-19).

Após a primeira leitura do texto, outras se seguiram. Comecei a rezar, meditar e fui vendo que o texto tem uma mensagem maravilhosa para nós, que eu quero partilhar com vocês.

1. Deus deu tudo ao homem:
- a vida que é o bem mais maravilhoso que temos;
- também lhe deu toda a criação para que dela usufruísse.

Em contrapartida Deus queria do homem:
- fidelidade: disse para não comer do fruto proibido;
- respeito pela obra criada por Deus;
- queria que fosse um colaborador da criação.

Uma verdadeira honra para o homem e uma grande generosidade de Deus.

2. Mas o homem comeu do fruto proibido.

Vejam que antes e depois do pecado original, a tarefa do homem é a mesma: cuidar da criação: “O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden, para o cultivar e para o guardar.”.

O que mudou é que, após o pecado original, o trabalho a ser realizado pelo homem passou a envolver seu esforço: Comerás o pão com o suor do teu rosto.

A GRANDE LIÇÃO A SER APRENDIDA COM O TEXTO DO GÊNESIS É A LIÇÃO DA PACIÊNCIA. E JUNTO COM A PACIÊNCIA, A LIÇÃO DA ESPERANÇA.

Agora o homem terá que trabalhar e ter paciência e esperança, na expectativa dos frutos.

Também terá que:
- ser humilde para aprender com a terra qual o melhor meio de cultivá-la; o que cada semente precisa; qual o tempo que cada semente e cada árvore leva para dar seus frutos;
- tratar a terra com respeito, sem cair na tentação de dilapidar suas riquezas e poluir o planeta.
- agir com justiça e sabedoria, buscando o bem comum.

Deus com certeza não dá tarefa maior do que a capacidade que nós temos de cumpri-la. Foi o que aconteceu com o homem que passou a ter que trabalhar a terra ao invés de somente usufruir dela.

Portanto, o TRABALHO NÃO É PUNIÇÃO DIVINA, MAS UM EXERCÍCIO DE PACIÊNCIA PELO HOMEM.  Depois que o homem cometeu o pecado original lhe é exigido por Deus que tenha paciência para cultivar a terra e aguardar que a seu tempo possa colher os frutos e dele se fartar.

3. Tempos atuais: vivemos hoje a GERAÇÃO MIOJO, aquela sopa de macarrão que se faz em três minutos.

Semana passada assisti uma palestra interessante. O professor dizia que vivemos a geração miojo; o namoro miojo; o amor miojo; o estudo miojo...   

Se pararmos para pensar, vamos ver que hoje mais e mais as pessoas não tem paciência de aguardar o tempo certo de maturação das coisas, dos relacionamentos, dos acontecimentos. Graças ao grande avanço da tecnologia, estamos cada vez com menos paciência, ao ponto de os mais jovens acharem que cozinhar é fazer sopa de miojo.

Se antes demoravam horas para revelação de fotos, pois tínhamos que ter paciência de levar o filme numa loja especializada e esperar para que elas fossem reproduzidas, hoje a fotografia é digital e vemos a foto na hora.

Se antes ficávamos quatro horas no fogão a lenha para fazer o almoço, hoje o micro-ondas faz refeições em dez minutos.

Assim deixamos de entender:
- que tudo tem seu tempo de maturação;
- que a fadiga é inerente ao trabalho, e o cansaço não é necessariamente algo ruim;
- o cansaço e dor, sobretudo no que diz respeito ao trabalho a realizar para o próprio sustento, fazem parte da nossa vida.

Que não se orgulha de ter trabalhado bastante para deixar bens aos filhos? Quem não se orgulha de não ter sido egoísta no seu trabalhado, compartilhando seus conhecimentos e os recursos da vida, dentro e fora da família, especialmente com os mais pobres?

4. Trabalho: um bem para o homem e sua dignidade.
Se você pergunta a alguma criança o que vai ser quando crescer, nenhuma vai dizer que vai ser bonita, inteligente, gorda, elegante. Não. A resposta é sempre uma profissão, um trabalho que vai realizar. Isto porque o trabalho dá identidade e dignidade ao homem. Os que estão ou estiveram desempregados sabem muito bem quão grande é a tristeza de não ter trabalho.

O trabalho é, como dizia Santo Tomás de Aquino, um bem árduo, que exige o suor do homem, que lhe causa fadiga, mas que não deixa de ser um bem.

O trabalho é um bem, mas ele não pode ser uma finalidade em si mesmo. “Se o trabalho se tornasse uma finalidade, a idolatria do trabalho tomaria o lugar da colaboração exigida dos homens da parte de Deus.”

Hoje o termo que se usa para pessoa viciada em trabalho é workholic. Eu já trabalhei com gente assim. E quem trabalha com viciados em trabalho sabe que é um sofrimento muito grande. Eu tinha um superior hierárquico que ficava trabalhando até meia noite, e chegou uma vez até a dormir na empresa. E o pior é que essa pessoa pressionava para que os seus subordinados tivessem o mesmo comportamento.

O trabalho não pode se tornar um ídolo e não pode se sobrepor à família.

Hoje vivemos tempos perigosos em que muitas vezes ambos os cônjuges se sentem obcecados pelo lucro econômico e depositam a sua felicidade unicamente no bem-estar material. Em nossa época vivemos distorções muito grandes:
- um tênis de marca chega a custar o preço de dois pneus de carro. E as pessoas acham isso normal;
- a etiqueta de uma roupa é mais cara que a roupa e si. Antes a roupa tinha valor porque eu a usava, hoje eu é que tenho valor em usar a roupa de determinada marca.

Isto está muito errado. Por coisas mundanas, nos esquecemos de Deus, negligenciamos nossos filhos, e cada vez mais nos afundamos na busca de riquezas e na busca de satisfação de nossos desejos imediatos.

Conversem com seus filhos sobre gastos e orçamento doméstico. As crianças que não sabem o quanto é duro ganhar dinheiro, vão querer gastá-lo mais facilmente e de maneira menos sábia.

O perigo de que o trabalho se torne um ídolo é válido também para a família. Isto acontece quando a atividade de trabalho detém o primado absoluto perante as relações familiares, quando ambos os cônjuges se sentem obcecados pelo lucro econômico e depositam a sua felicidade unicamente no bem-estar material.

O risco dos trabalhadores em todas as épocas é de se esquecer de Deus, deixando-se absorver completamente pelas ocupações mundanas, na convicção de que nelas se encontra a satisfação de todos os seus desejos.

5. O trabalho dentro de nossos lares
O trabalho dentro do lar é importante. É também uma maneira de educar os filhos. Casa em que a mãe faz tudo, e só ela, está ensinando aos mais jovens uma falsa ideia de trabalho. A mãe que é responsável por todos os afazeres domésticos e além desse tem outro trabalho, com toda certeza fica sobrecarregada e não está dando bom exemplo de justiça na distribuição das tarefas domésticas.

São Paulo já dizia que o exemplo convence, mas a obra arrasta. Repito: que exemplo de trabalho estamos dando a nossos filhos?

Divisão de trabalho dentro de casa é fundamental, também, para a harmonia da família e para honrar as obrigações que Deus nos deus quando colocou a criação sob os nossos cuidados.

6. Minha mensagem final
Reitero meu pedido para que conversem com seus filhos sobre gastos e orçamento doméstico. As crianças precisam aprender desde cedo o quanto é duro ganhar dinheiro e o jovem precisam aprender que não temos que viver hoje cercados de prazeres como se fosse o último dia de nossas vidas.

É moda hoje o tal do “carpe diem”, ou seja, viva o dia de hoje como se fosse o último de sua vida e não se preocupe com mais nada. Aprendi que essa expressão surgiu quando o Império Romano estava em franca decadência e era um “salve-se quem puder”, pois a qualquer momento a cidade de Roma seria invadida pelos bárbaros e não se sabia o que iria acontecer: se seriam mortos, feito escravos, seriam feito prisioneiros, ou o quê. Portanto o lema “curta o dia de hoje” tinha sentido para os romanos da época.

Mas não deve fazer sentidos para nós cristão de hoje, pois nós não precisamos viver o “carpe diem”. Nós cremos em Jesus, cremos na bondade infinita de Deus e podemos vivenciar com paciência nosso trabalho em total harmonia com a nossa família.

Obrigada pela atenção. 

MARISILDA TESCAROLI.